domingo, 17 de março de 2013

Tomar precisa de liderança

António Rodrigues, Anabela Freitas e Salomé Rafael
Realizou-se no último sábado no salão da Acitofeba em Tomar, uma sessão de debate em torno da carta autárquica do Partido Socialista moderada por Anabela Freitas, candidata a presidente da Câmara de Tomar. Contando, na abertura, com o ex-deputado João Sequeira, do Secretariado distrital e no encerramento o Presidente da Câmara de Torres Novas, também coordenador da Carta autárquica distrital, António Rodrigues.

A sessão teve como principal intuito ouvir contributos de outros atores da sociedade, para a elaboração de uma Carta Autárquica a ser seguida por todos os candidatos do PS no distrito, tendo como principais intervenientes, Salomé Rafael, Presidente do NERSANT, Luis Ferreira, produtor cultural, ligado à concepção do Festival Bons Sons e André Escórcio Soares, docente no Politécnico de Tomar e activista de voluntariado.


André Escórcio Soares, João Sequeira, Anabela Freitas, Salomé Rafael e Luis Ferreira
A primeira oradora, Salomé Rafael, presidente do Nersant, elencou um conjunto de casos de sucesso na área empresarial que mostram uma clara evolução positiva em áreas e nichos de sucesso, por exemplo ligadas ao setor agropecuário e do turismo, e atestam o dinamismo e múltiplas virtudes da região, na valorização da marca RIBATEJO, ainda que especificamente em Tomar o cenário seja mais desolador.
Sublinhou a relevância do dinamismo e da inovação, bem como das parcerias, quer entre os empresários, quer entre estes e as instituições de ensino superior, destacando o relevo, para a região do Médio Tejo, da existência do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), e naturalmente, da grande importância das autarquias enquanto parceiros ativos, facilitadores e coordenadores da estratégia e eficácia dos seus concelhos, destacando ainda a aptidão dos autarcas para a mediação e liderança, sem as quais os respetivos concelhos não serão capazes de progredir ou sequer enfrentar as dificuldades presentes.

Luis Ferreira, produtor cultural e dirigente associativo, particularmente conhecido em Tomar pela organização do Festival Bons Sons, aludiu no essencial à experiência da realização desse evento, partilhando a visão para a virtude de ter na cultura, no associativismo e na produção de eventos, instrumentos capazes de criar robustez económica e valia turística. Frisou ainda a quase sempre ignorada distinção entre o custo de um evento e o seu valor enquanto ativador ou não, para uma ideia maior de certa prática que se quer consolidar, como por exemplo uma estratégia concelhia, ou perícia de atrair atenções e investimentos para outros projetos.
André Escórcio Soares, docente do IPT e dirigente associativo na área do voluntariado, focou que é preciso um trabalho conjunto entre empresas, autarquias e instituições académicas para introduzir valor nos produtos e eventos, bem como talento para atrair e fixar população no sentido, do que deve ser o fim essencial das instituições públicas na sociedade, da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Para isso invocou a ideia das modernas cidades criativas, para as quais são essenciais três pilares: tecnologia, tolerância e talento.


António Rodrigues e Anabela Freitas

Após a intervenção do público e animado debate, António Rodrigues, presidente da Câmara de Torres Novas, deu algumas pistas para os desafios que se colocarão aos futuros autarcas, especialmente devido à austeridade e também às linhas diretoras do novo quadro comunitário de apoio, viradas para o combate à pobreza e exclusão social, o empreendedorismo e criação de emprego, a tecnologia, a cultura, sempre com o denominador comum de uma estratégia de desenvolvimento sustentável. Ou seja, o fim do primado ao betão para se centrar na formação do cidadão. Sublinhando a necessidade dos autarcas apostarem no diálogo e trabalho conjunto no seio das comunidades intermunicipais, dado que será aí que a maioria das decisões será tomada, nos próximos anos.

Lamentou ainda as perdas de Tomar a vários níveis, dizendo que tal é mau também para a região. O que considerou inexplicável ainda mais quando Tomar tem todos os requisitos, do património à capacidade instalada, e uma grande joia – o Instituto Politécnico – questionando mesmo se o concelho não estaria pior caso não tivesse ensino superior, recordando ter havido em Tomar um presidente (referia-se a António Paiva) que não queria empresas, o que ele e Torres Novas muito agradeceram, durante os últimos 15 anos. Por fim desejou a mudança para Tomar com a vitória de Anabela Freitas, por ser bom para o concelho e região, resumindo que os problemas nabantinos se têm concentrado sobretudo na falta de uma liderança capaz.

 
Anabela Freitas e Salomé Rafael

Anabela Freitas sintetizou e reforçou algumas das intervenções acrescendo a sua visão para o concelho e região. Referiu que para enfrentar as dificuldades, particularmente as económicas, é necessária liderança e capacidade de diálogo, e essencial valorizar os aspetos positivos da comunidade, ouvindo e apostando nas pessoas que são a primeira mais-valia, revelando visão e sensatez para encarar e vencer as dificuldades que individual e coletivamente atravessamos.

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A candidata apela a um uso digno do comentário, como fomento de um Concelho em linha com os seus pergaminhos históricos e culturais.