António Rodrigues, Anabela Freitas e Salomé Rafael |
Realizou-se no último sábado no salão
da Acitofeba em Tomar, uma sessão de debate em torno da carta autárquica do
Partido Socialista moderada por Anabela Freitas, candidata a presidente da
Câmara de Tomar. Contando, na abertura, com o ex-deputado João Sequeira, do
Secretariado distrital e no encerramento o Presidente da Câmara de Torres
Novas, também coordenador da Carta autárquica distrital, António Rodrigues.
A sessão teve como principal
intuito ouvir contributos de outros atores da sociedade, para a elaboração de
uma Carta Autárquica a ser seguida por todos os candidatos do PS no distrito,
tendo como principais intervenientes, Salomé Rafael, Presidente do NERSANT,
Luis Ferreira, produtor cultural, ligado à concepção do Festival Bons Sons e
André Escórcio Soares, docente no Politécnico de Tomar e activista de
voluntariado.
André Escórcio Soares, João Sequeira, Anabela Freitas, Salomé Rafael e Luis Ferreira |
A primeira oradora, Salomé
Rafael, presidente do Nersant, elencou um conjunto de casos de sucesso na área
empresarial que mostram uma clara evolução positiva em áreas e nichos de
sucesso, por exemplo ligadas ao setor agropecuário e do turismo, e atestam o
dinamismo e múltiplas virtudes da região, na valorização da marca RIBATEJO, ainda
que especificamente em Tomar o cenário seja mais desolador.
Sublinhou
a relevância do dinamismo e da inovação, bem como das parcerias, quer entre os
empresários, quer entre estes e as instituições de ensino superior, destacando o
relevo, para a região do Médio Tejo, da existência do Instituto Politécnico de
Tomar (IPT), e naturalmente, da grande importância das autarquias enquanto parceiros
ativos, facilitadores e coordenadores da estratégia e eficácia dos seus
concelhos, destacando ainda a aptidão dos autarcas para a mediação e liderança,
sem as quais os respetivos concelhos não serão capazes de progredir ou sequer
enfrentar as dificuldades presentes.Luis Ferreira, produtor cultural e dirigente associativo, particularmente conhecido em Tomar pela organização do Festival Bons Sons, aludiu no essencial à experiência da realização desse evento, partilhando a visão para a virtude de ter na cultura, no associativismo e na produção de eventos, instrumentos capazes de criar robustez económica e valia turística. Frisou ainda a quase sempre ignorada distinção entre o custo de um evento e o seu valor enquanto ativador ou não, para uma ideia maior de certa prática que se quer consolidar, como por exemplo uma estratégia concelhia, ou perícia de atrair atenções e investimentos para outros projetos.
André
Escórcio Soares, docente do IPT e dirigente associativo na área do
voluntariado, focou que é preciso um trabalho conjunto entre empresas,
autarquias e instituições académicas para introduzir valor nos produtos e
eventos, bem como talento para atrair e fixar população no sentido, do que deve
ser o fim essencial das instituições públicas na sociedade, da melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos. Para isso invocou a ideia das modernas cidades
criativas, para as quais são essenciais três pilares: tecnologia, tolerância e
talento.
António Rodrigues e Anabela Freitas |
Após a intervenção do público e
animado debate, António Rodrigues, presidente da Câmara de Torres Novas, deu
algumas pistas para os desafios que se colocarão aos futuros autarcas, especialmente
devido à austeridade e também às linhas diretoras do novo quadro comunitário de
apoio, viradas para o combate à pobreza e exclusão social, o empreendedorismo e
criação de emprego, a tecnologia, a cultura, sempre com o denominador comum de
uma estratégia de desenvolvimento
sustentável. Ou seja, o fim do primado ao betão para se centrar na formação
do cidadão. Sublinhando a necessidade dos autarcas apostarem no diálogo e trabalho
conjunto no seio das comunidades intermunicipais, dado que será aí que a
maioria das decisões será tomada, nos próximos anos.
Lamentou ainda as perdas de Tomar
a vários níveis, dizendo que tal é mau também para a região. O que considerou inexplicável
ainda mais quando Tomar tem todos os requisitos, do património à capacidade
instalada, e uma grande joia – o Instituto Politécnico – questionando mesmo se o
concelho não estaria pior caso não tivesse ensino superior, recordando ter
havido em Tomar um presidente (referia-se a António Paiva) que não queria
empresas, o que ele e Torres Novas muito agradeceram, durante os últimos 15
anos. Por fim desejou a mudança para Tomar com a vitória de Anabela Freitas,
por ser bom para o concelho e região, resumindo que os problemas nabantinos se têm
concentrado sobretudo na falta de uma liderança capaz.
Anabela Freitas e Salomé Rafael |
Anabela Freitas sintetizou e reforçou
algumas das intervenções acrescendo a sua visão para o concelho e região.
Referiu que para enfrentar as dificuldades, particularmente as económicas, é
necessária liderança e capacidade de diálogo, e essencial valorizar os aspetos
positivos da comunidade, ouvindo e apostando nas pessoas que são a primeira mais-valia,
revelando visão e sensatez para encarar e vencer as dificuldades que individual
e coletivamente atravessamos.
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A candidata apela a um uso digno do comentário, como fomento de um Concelho em linha com os seus pergaminhos históricos e culturais.